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quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Sobrenatural - Parte 2

Acordei assustado. Fazia dois dias que tinha o mesmo sonho, Malu me chamando, pedindo socorro. Estava de folga em casa, fazia uns quinze dias que tinha estado no orfanato. Levantei, tomei banho e me arrumei. Desci, ainda era cedo.
- Bom dia meu filho, caiu da cama?
- Preciso ver umas coisas...
Tomei café e peguei a chave do carro, saindo. Segui estrada ate Jataizinho. Quando cheguei, fiz esforço pra lembrar o caminho até o orfanato, não podia pedir informação. Depois de meia hora rodando, finalmente encontrei. Coloquei um boné na cabeça e desci, tocando campainha. A mesma moça que havia me contado a historia da Ana veio atender. Ele arregalou o olho quando me viu.
- Luan Santana?
- Sim. Pode me chama de Luan só. - Ri.
- Entra! - Ela foi seguindo comigo o caminho ate lá dentro.
- Cade as crianças?
- Elas estão na escola!
- Então, na verdade, vim por outro motivo.
- Em que posso ajuda - lo?
Ela acendeu a luz da sala em que entramos, era tipo um escritório.
- Aquela menina, Ana, que dormiu no meu colo quando vim aqui, e você me contou sua historia.
- Ana Cecilia?
- Isso. Não sei se lembra, quando vim aqui e acabei falando que achava ela familiar.
- Claro.
- Eu preciso saber o que aconteceu com ela, por que eu conheço a mãe dela. Minha irmã comentou indo embora que ela se pareceu com uma pessoa que eu conheço, acabei olhando e vi que ela é filha dessa moça.
- Mas a mãe dela está no hospital.
- Por isso vim aqui. Você não sabe me dizer onde? Como posso encontra - la? Ela... Foi importante pra mim.
- Eu te dou o endereço, pode ser? - Disse pegando um papel e anotando.
- Claro, obrigado. E me fala da Ana, como ela está? Fala com vocês?
- Na verdade foi só aquele dia, com você que ela falou. Ela está ai, quer vê - la?
- Aqui?
- Ela é nossa criança mais nova, não vai pra escola ainda, está desenhando, no quarto.
- Posso ver ela?
- Claro, venha.
Seguimos até o quarto e Isabeli abriu a porta. Era um quarto de recreação, onde somente Ana pintava numa mesa.
- Eu vou pra lá, qualquer coisa é só chamar.
- Obrigado.
Me aproximei devagar e ela saiu. Cheguei perto, do lado e ajoelhei, ela me olhou, com doçura.
- Oi Ana.
- Oi.
- Me deixa ver seu desenho?
- Claro.
Ela estendeu a folha e eu olhei, era algo sem muito sentido, rabiscado, porem, muito bem feito pra idade. Sorri.
- Que lindo Ana, me explica ele? O tio Luan é lerdinho.
- Aqui é minha mãe, e eu. Ela está cantando.
- Cantando?
- Sim.
- O que ela está cantando?
- Sua musica.
Fiquei lhe olhando alguns segundos, aquele menina me tirava a ação, como pode um ser tão pequeno e doce não ter a família ao lado? Me questionava o que havia acontecido com elas.
- Como se chama sua mãe?
- Maria Luisa, mas eu chamo ela de mamãe! - Ri baixo.
- Claro! E seu pai pequena?
- Eu não sei quem é.
- Por que você só fala comigo? Tio Isabeli gosta muito de você.
- Mas ela é uma estranha, mamãe mandou não conversar com estranhos.
- Eu não sou estranho?
- Mamãe gosta de você.
- Sente muita falta dela não é?
Ela balançou a cabeça afirmando.
- Quer tirar uma foto com o tio?
- Eu quero tio Luan!
- Então vem cá!
Peguei meu celular e ela levantou da cadeirinha, continuei abaixado e tirei uma foto nossa. Fiquei durante um bom tempo ali com ela, cantei sua musica, dançamos e brincamos. Ela de alguma forma me fazia bem. Fui embora prometendo que voltava e as outras crianças ainda não haviam voltado. Lembrava cada segundo da visita no caminho de volta, sorrindo. Aninha me trazia uma paz interior enorme, mas ao mesmo tempo sua historia me perturbava. Ao sair da cidade dei de cara com um hospital, devia ser ali que Malu estava. Tirei o papel do bolso e olhei o endereço, que bateu. Entrei no estacionamento. Novamente coloquei o boné e entrei no hospital, pedindo informações sobre visitas. A moça da recepção me deu um crachá quando informei o nome inteiro de Malu e me mandou seguir um corredor até o quarto 222. Abri a porta e entrei de mansinho. Malu estava deitada, imóvel, parecia dormir. Sua aparência estava horrível, estava magra demais e pálida, mas tinha aquele mesmo rosto delicado. Fazia tanto tempo que não via ela. Cheguei perto e passei a mão sobre seu rosto.
- Sabe Malu, eu vi sua menina hoje. Ana está linda e eu gostei muito dela. Você esta de parabéns pela criação dela. E sobre você... Eu sinto muito. Deve ser muito ruim não é? Ficar assim, longe da filha... Eu não sei, não tenho filhos... - Ri. - Mas Ana está bem, ela é muito bem cuidada onde esta e você vai sair dessa. Fico me perguntando do seus pais, você era tão mimada por eles... Onde estão? Ah, você não pode responder... E o pai da Ana? Ela é só uma criança, sabe? O que houve com vocês em?
Ouvi batidas na porta e parei, um medico entrou.
- Ah, oi. Eu to de saída, eu nem sei o que deu em mim de falar com ela e...
- Isso faz bem...
- Como?
- Conversar com ela... Vim aqui por que me falaram que ela estava com visitas, ninguém nunca vem então... Sou o doutor Marcos, cuido da Maria Luisa desde o acidente.
- Ah, oi, prazer, Luan.
- Eu sei quem é. - Ele riu simpático.
- Claro, é que eu tenho mania de me apresentar!
- Você conhece ela á muito tempo? Talvez possa me dar informações sobre seus pais, sua família...
- Ela foi minha namorada, á mais de três anos. Eu não sei de nada sabe? Fui num orfanato visitar com minha irmã, e encontrei a filha dela. Tinha visto a menina uma vez somente, faz uns dois anos, e depois por foto, reconheci e busquei saber por que estava lá, hoje consegui o endereço daqui e vim ver Malu. A família dela... Eu não sei, posso tentar ver se consigo localizar lá em Campo Grande, mas é muito estranho, ela era do tipo, filhinha de mamãe... Mas espero que ela fique bem, fico pensando em sua filha.
- Só o tempo pode dizer Luan, ela pode acordar agora, ou nunca mais.
- Isso... - Não encontrei palavras. A tristeza me consumiu.
- Eu sei, é difícil falar algo.
- Eu gostei muito da menina dela, sempre que consegui vou dar uma passada lá, e vou vir aqui também...
- Acho que vai fazer bem, quem sabe não ajuda na recuperação, alguém por perto...
- Se Deus quiser. Vou deixar meu telefone ai, quero que me avisem caso algo aconteça com ela.
O medico se despediu e fiquei ali ainda um tempo. Quando vi que já passava do meio da tarde, fui embora. Depois daquele dia, fui viajar. Porem, algo me puxava aquele orfanato em Jataizinho. Quando voltava pra casa, toda semana, meu segundo dia de folga, pela manhã passava lá. Ninguém sabia onde eu ia. Nem as outras crianças me viam. Passava quase três horas da manha com Ana e depois ia ver Malu no hospital. Nenhum sinal de melhora. Ana evoluía, e alem de conversar comigo, passou a falar com Isabeli. Apesar de querer fazer muitas coisas com ela, eu não podia sair de dentro do orfanato. Levava meu violão e cantava pra Ana minhas mais recentes composições que preparava pra um novo álbum. Ela, apesar de pequena, sorria e dizia o que achava com sua pureza de criança, como quando ouviu "Momento certo" e reclamou por ser triste demais. Com paciência, lhe expliquei que nem tudo era felicidade de uma forma que não lhe assustasse e ela acabou amando a musica por fim. Ana era esperta, criativa e feliz, apesar de tudo. Cada dia descobria algo novo com ela. Um dia levei pra lá tintas para rosto e fiz um coração numa bochecha e uma flor na outra. Ela acabou por querer pintar meu rosto e fez nele uns rabiscos. Tiramos fotos e arrastamos Isabeli pra pinta - lá. Em outro dia, comprei uma fantasia de palhaço, e cheguei lá vestido, levando uma pra ela também. Era a forma que encontrava de fazer algo divertido sem sair dali. E aos pouco me apaguei á ela, e quando saia de lá, ia até o hospital e contava nossas aventuras á Malu. E isso me fazia bem, muito bem. Com 21 anos, acabava perdendo minha espontaneidade de criança, deixando algumas vezes de ser brincalhão. Depois de Ana, tudo voltou á ser como na infância, tinha de volta, pelo menos boa parte da alegria e brincadeiras de criança. Mas meus sumiços uma vez na semana chamaram atenção dos meus pais, e quando questionada, não falava. O que acontecia no orfanato, era tão puro que tinha medo de que, se saísse pelas portas de lá, fosse afetado. Porem num dia de inverno, uma noticia me fez tomar outro rumo nessa questão. Ao chegar no hospital, encontrei doutor Marcos no quarto. Havia ao lado de Malu outro aparelho.

Amooooooores, postando. Esse conto é meio comprido, vai ter mais algumas partes, duas eu acho. Bom, está ai. Beijoooos e posto depois de 6 comentários... Tem gente perguntando se ela é filha do Luan, á historia é de vocês, vocês que mandam, falem ai o que querem...

15 comentários:

  1. Aiiin' Ameeei! Ameeei! De onde vem tanta criatividade hein!? Sera que ela eh filha do Luan? kkkkkkk' Eu acho q sim! ;DD

    Thalita @CasaDasLuanetes

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  2. que lindo a historia eu amei, mas eu axo que a ana é filha do luan
    @na_meranteLS

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  3. Posta maiss!!! Cap perfeitooooo! *----*
    Mas nao quero que ela morre nao! rs Posta mais!

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  4. Ameei amor, ela podia ser filha do Luan siim (:

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  5. Ai que lindo amg, eu tô sem palavras, ver o Luan fazendo isso pela Aninha que dever ser filha dele ta me deixando com aquelas crise meio gay rsrs Posta mas tô com medo do que pode estar a acontecer com a Malu :'(

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  6. Ah nega, acho que a Malu não poderia morrer sabe, o Luan tipo descobre que nunca esqueceu ela, e ela acorda ai ela conta pro Luan que a Aninha é filha dele, e que os pais da Malu colocaram ela pra rua quando douberam da grávidez, e ela foi ir atras do Lu pra contar e bateu o carro! Ah sei lá. kkkk' ta lindo esse conto nega! @LRMeuSuperHeroi

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  7. sabe to com medo !! tipo seila to achando q a aninha ta la no hospital !!! vei continua logo !! OMG !!!! eu acho q os pais dela espulçarão ela de casa por causa da gravidez!! e agora eu tenho 100% de certeza a aninha é filha do luan!!!! ai continua please ?????????

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  8. Sabe ? to com medo, tipo, se a Malu morrer não vai dar muito sentido... eu acho as mesmas coisas que as leitoras acima, tipo quando a mãe de Malu soube da gravidez, expulsou ela de casa e ela estava indo a caminho para contar pro Luan, ai aconteceu o acidente blá blá blá..... agora, tipo, ela está acordada com Aninha do seu lado. E Malu conta pro Luan que Ana é filha dele. Nossa cara, esse conto vai ser perfeito assim como os outros claro *-* .. Ah please, a Malu não pode morrer ):
    Continua amor \õ

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  9. acho que ia ser muito legal ela ser filha do Luan ou quem sabe o Luan adotar ela mesmo ela não sendo sua filha

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  10. Acho que se a Malu Morresse ia ficar meio sem sentido.. só se ela morrer e Luan descobrir que ele é o pai da filha dela e acabar adotando a criança ou coisa assim

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  11. O nome Maria Luisa foi minha sugestão *-* acho que ela é filha do Lu, e o acidente ocorreu quando a Malu foi contar pra ele! haha ameeeeei a historia :D

    Beijoo
    @FamiliaCMeLS

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  12. Ah parte interessada chegou!!! Acho q devia ser surpresa tipo algo surreal!!! ;) haha surpreender nós todos!! Beijos

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  13. AAAAAi que perfeição amor, lindo, lindo, lindo! Ai eu to achando que a Ana é filha do Luan! Amei... Leitora nova aqui amr! bjs @AstralSantana Amr tbm escrevo uma fic da uma passada lá? http://webseraamorls.blogspot.com.br/

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